sexta-feira, 30 de março de 2018




LITERATURA
BREVIÁRIO DE AFETOS
Conhecido como poeta e crítico literário, Ivo Barroso é essencialmente tradutor. Sua tradução da Poesia completa e da Prosa poética de Rimbaud está, sem favor algum, entre as realizações mais perfeitas de um autor francês para o português, e contam com a vantagem – que para outros seria descrédito – de figurarem numa edição bilíngue, extremamente vantajosa para o leitor comum. Não há dúvida que esse trabalho de tradutor teve diversos desdobramentos, a tal ponto que seu nome, além dos prêmios recebidos, é geralmente apreciado pelos teóricos da tradução, como Paulo Rónai. Aqui, porém, cuidaremos de outra faceta de Ivo Barroso. Breviário de afetos (São Paulo: SESI-SP editora 2107) compreende crônicas, entrevistas e postagens escritas com simplicidade e que, em alguns casos, surpreendem pelas “revelações” que contêm. O livro fala dos conhecimentos do autor, sobretudo os escritores brasileiros mais ilustres ou destacados, como Alceu Amoroso Lima, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Guimarães Rosa, Ferreira Gullar, etc., mas também do tradutor francês Didier Lamaison (que publicou, em dois volumes, traduções de poemas de Drummond) e se refere a outros tradutores, como o alemão Curt Meyer-Clason, e os brasileiros, Onestaldo de Pennafort e Milton Amado, que traduziu “ O corvo” de Edgar Poe.
Todos os textos de Ivo Barroso são redigidos sem a preocupação de exibir conhecimentos, o que aumenta o interesse que despertam. Seja nas recordações sobre escritores já falecidos, como Antônio Houaiss, Otto Maria Charpeaux, João Cabral de Melo Neto, (uma entrevista), Paulo Rónai, Melo Nóbrega, Antônio Carlos Villaça, Mário Faustino, Anísio Teixeira, seja quando aborda amigos e parentes fora da literatura, Ivo Barroso alcança um nível de empatia extraordinário, quase como se o leitor estivesse sentindo, ou até “vendo” a figura retratada. Em todos os tipos desenhados e/ou revividos, distinguem-se o perfil de Edgard de Vasconcellos Barros, incentivador do adolescente Ivo e o de seu tio Pedro, outro que também incentivava o jovem Ivo. E, acima de tudo, o belo texto sobre a namorada – e depois esposa – Sílvia, verdadeiro exemplo de prosa poética, no qual comemora o fato de já estarem casados há 60 anos! Ademais, convém igualmente referir os textos sobre Karlos Rischbieter, cuja devoção ao poeta Rilke o levou a traduzi-lo. A propósito, notem-se reproduções de textos seus ou alheios, sejam traduções de poesia, seja o prefácio redigido para um livro de Gullar. De todo modo, um volume de leitura imprescindível.
FERNANDO PY (Tribuna de Petrópolis, 19.01.2018)

quinta-feira, 22 de março de 2018

RETORNO

finalmente consigo acessar meu blog www.estantededopoeta.com.br
foi um grande hiato temporal: estive hospitalizado, perdi a senha e nada dava certo.
mas encontrei pessoas dispostas a reativar e depois de muitas idas e vindas ele ressurgiu.
prometo de agora em diante postar textos e poemas, fotos, música, enfim, o que me der na telha.
espero conseguir alguns abnegados seguidores e igualmente conseguir alguns feedback que antes nunca houve.
vamos então começar meus amigos.

Milton Rezende