PESSOA
a Alberto Caeiro
Existe
em mim
uma
pessoa diversa
da
pessoa que sou
e
embora eu aspire
a
segurança de ser
único,
esta pessoa
vive
em mim como um
delírio
de nós dois.
Estabelecemos
uma relação
de
estranheza e admiração
por
esse mistério que
somos
nós em nossa ausência
de
um rosto próprio.
Mas
somos
(apesar
de não o saber)
aquilo
que podemos ser
e
nos fazemos "graves
como
convém a um deus
e
a um poeta".