sábado, 17 de dezembro de 2011

Comentário


MILTON REZENDE, meu conterrâneo de Ervália, atesta que os ares de lá são benéficos à poesia. Este “A Sentinela em fuga” já é seu quarto livro de poemas e seguramente o mais bem realizado. Já havíamos falado aqui (09.10.2010) sobre seu livro anterior, “Uma escada que deságua no silêncio”, do qual demos então um curto poema. O novo livro, com seu título sugestivo, abre com uma composição de grande força poética, que também não podemos deixar de transcrever: “A Queda. Não digo que estou/ no fundo do poço/ porque este não é mensurável/ e sempre se pode cair mais ainda./Mas estou numa queda livre/ e vertiginosa./ A roupa do passado não me serve,/o presente é roto / e estou sem vestes para o futuro. /E numa queda os laços vão se rompendo/ se dissolvendo, / desagregando-se./Nenhum laço segura um homem/ que cai por muito tempo./ A dignidade é uma palavra para pessoas de pé./ Na horizontal os conceitos são outros”

(Gaveta do Ivo - 01/06/2011), por Ivo Barroso.

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