“Quanto ao autor, é serio e persiste na
literatura, quando muitos desistiram. A persistência pode gerar o sucesso,
claro. Quanto à sua obra, ela se confunde com sua vida. Milton Rezende escreve
sobre aquilo que conhece. Veja o que ele disse há muitos anos (para falar a verdade,
no século passado): ‘sempre amei como quem cometia um assassinato premeditado,
que cobria várias fases de planejamento e execução’. Isto revela o homem
revoltado conforme a concepção de Albert Camus, ou seja, um homem que se opõe à
ordem que o condena à morte desde o nascimento. Desta inquietude surge seu
impulso criativo que vem se aprimorando a cada publicação”. (André
Rocha)
“Grande
poeta, de obra densa, intrigante, que não permite a indiferença ou muxoxo
quando é lida. Poeta definitivo, que diz o que quer dizer, sem reticências, sem
rodeios, porém sem desperdiçar palavras, sem jogar ao ar blasfêmias estéreis,
sem pirotecnia. Às vezes é seco como Drummond, tétrico como Edgar Alan Poe,
mortal como Augusto dos Anjos, sensitivo como Fernando Pessoa, mas é sempre
Milton Rezende, o que disse que ‘somos apenas alguns/ao redor de uma mesa/ou de
um pensamento/e nos amamos com receio’, em seu segundo livro Areia (À
Fragmentação da Pedra – 1989) e que hoje nos ensina a fazer poesia: ‘não se
deve fazer poesia/poesia assim como eu faço/Poesia é certeza de conceitos,/de
imagens e eu não sei/de nada, apenas acho’ (A Sentinela em Fuga e Outras
Ausências – 2011). Convém não levar em conta essa lição, pois deve-se sim,
fazer poesia como Milton Rezende faz. Poesia da melhor qualidade”
(Edson Braz da Silva)
“Falar sobre a obra do Milton, para mim, é
fácil. É uma obra que de certa forma acompanhou minha própria escrita durante
toda vida. Gosto de todos os livros dele, mas gosto mais de ‘O Acaso das Manhãs’
e de ‘Areia (À Fragmentação da Pedra)’. Sua forma de escrever é ácida, sem
concessões. Seus poemas são mordazes, incrivelmente corajosos. Ele nunca poupa
a si mesmo nem ao mundo. Milton vem da melhor tradição da poesia e prossegue
com ela”. (Marcelo Serodre)
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