PORTAL DA DOR
“porque
a morte é a alfândega,
onde
toda a vida orgânica há de
pagar
um dia o último imposto!”
Cap.
I – Da Doença
Compressas
frias, banhos mornos, cataplasmas sinapizadas, injeções intravenosas de
electrargol, injeções hipodérmicas de óleo canforado, de cafeína, de
esparteína, lavagens intestinais, laxativos e grande quantidade de poções e
outros remédios internos.
Cap. II – Da
Morte
Urna
lisa, forrada com babado, envernizada, seis alças, com visor, véu, velas,
encaminhamento da certidão de óbito, flores para ornamentação interna, livro de
presença, paramentos religiosos, cinco anúncios na rádio local, translado de
até 70 km e locomoção até a morada final.
Agradecimentos
ao Augusto dos Anjos, à D. Ester Fialho e ao Pax Ervália que funciona em frente
ao necrotério.
Milton Rezende, A Sentinela em Fuga e Outras Ausências