Em Inventário
de Sombras, o poeta Milton Rezende percorre um itinerário de
perplexidade, sempre acompanhado de seus temas básicos como a solidão e a
morte. Entretanto parece haver agora uma maior diversidade temática própria a
um levantamento poético e existencial. São poemas que se situam no limite do
equilíbrio, naquela região de fronteira onde se cruzam (e ao cruzarem se
misturam nos poemas) a realidade, o enigma, a melancolia, o acaso e o
fragmentário. Ao mesmo tempo em que se procura manter um nível de qualidade e
lucidez em todas essas composições. A sombra do autor e as suas imagens
simbólicas se projetam sobre todo o volume como uma camada densa, reflexiva e
amargurada. Uma fotografia cujo negativo entremostra os contornos de um homem
totalmente envolvido pelo espectro do seu inventário poético.
Por Ferreira
Jr.
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