ÍMOLA
Eu vejo a morte
deslizar
sua sombra
discreta
pelos boxes
da
Fórmula 1, sem
que
a percebam.
Na
véspera,
eu
a vejo checar
cada
componente
e
inscrever neles
o
seu desígnio.
Eu
vejo a morte
perfilar-se
junto
ao
grid de largada
no
circuito da Itália,
e
ali sendo aceita.
No
instante seguinte
eu
a vejo fluir
sobre
o cockpit
e
se postar com a foice
na
lateral do muro.
Eu
vejo a morte
(que
todos afinal viram)
nas
imagens concretas dos
destroços
que explodiam
nas
telas de todo o mundo.
Depois
eu a vejo
como
uma sombra esquálida
que
se retirava de (S)cena,
deixando
o espetáculo para
os
protagonistas vivos.
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